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21 janeiro 2012

"No Tempo" (Conto Místico)


... Fui ao Mundo, encontrei Você, sentada em solo árido pus-me a ver teus verdes olhos enquanto as trovoadas se faziam dentro, serena e tranquilamente me afagou em doces palavras sopradas na brisa do vento ... Teus dedos delicados ao me tocarem fez-me encher de meu lamento e questionar-me sobre a Vida e também sobre essa estranha mania de sair cortando em palavras, espalhando-me aos quatro cantos ...

... Trouxeste-me uma história onde a vida era rústica e tudo era luta, a honra era mantida e respeitada e ai daquele que não a fizesse valer ... Orgulho e arrogância nessa empreitada, mas era a Verdade de um era ... Mulheres traziam em sua cintura a espada da luta que determinaram em suas vidas e por uma verdade era desembainhada e em punho ceifavam-se vidas ... 

... Me vi ali sentada recordando-me em eras, vi a espada na mão ensanguentada, as dores dilacerando e um voz harmoniosa me erguendo os olhos e me dizendo: 

... Hoje não se tem mais a espada do aço que corta, mas as palavras, a luta se mantém, a verdade que carregas é pura em sentido essencial, primordial e até primitiva em si, mas é a Única que possui e se assim se mantém, não se debata diante desta que te preenche e te mantém viva, continue tua lida e mantenha a luz da Verdade que propagas, nem que para isso seja ainda preciso empunhar a espada. Tu és guerreira e se aqui está é que ainda é preciso a luta falar, se fazer acontecer. Ainda há muitos que não conseguem a sublime compreensão do Espírito que somos todos, portanto, desça quantas vezes for preciso ao submundo e não vá sozinha leve-me contigo e empunhada a espada te darei o caminho para que não seja bruta e em desalinho, ceife o que precisa ser ceifado, mas não permita que da Vida se retire o sabor de viver o que é para ser vivido ... O Amor empunhado no aço das palavras, mas vivo e intenso em teus dedos, recue quando for necessário e avance quando preciso, apropriando-se da Sabedoria que Eu sopro em teu ouvido para saber quais o Vícios precisam de tua espada, mas não deixe de usa-la ... Se ela ainda vive, é porque precisa ser empunhada ... Tu vives e Eu por ti, sempre em amor pleno, para que a Vida se mantenha e um dia possamos ambos cantar a Paz em Harmonia ... Sou este que te chama diante dos relâmpagos que rasgam teu peito e lhe fazem sangrar em lágrimas e não deseja mais ver-te em sofrimento. Venha ao meu encontro e te receberei em meus olhos de Esperança, já conheces o caminho ... Venha ... Te espero e não se perca diante das trovoadas ... Amo-te és Minha ... Teu Amor ...

(Kátia de Souza)

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