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19 maio 2012

(A)clara


Que dor é essa
que não passa
dilacera
corta
em lança
ferindo
sangrando
pedindo
implorando
navalha
cerrando
em faca
grito
neste gemido
fechado
trancado
nos lábios
cegando 
meus dedos
olhos vendados
clamo aos céus
aclara
em luz
a consciência
cegada
ignorância
de ser
este nada
transformando
dor 
em taça
brindando 
vida
por esta
que só 
é legítima
se vivida
abraçada
à clareira
desta infinita
caminhada
dói em lança
há tempos
e agora
amordaçada
apartada de ti
é em mim
ferida
que mata!

(Kátia de Souza)

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