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25 novembro 2012

"Fendas da alma"

Ruge o lamento do meu canto
se quisera saber quem eu sou
aqui estou entre as partes do meu eu
retalhos, em frangalhos repartidos
retinindo o que era breu
fez-se luz por entre as gotas deste sangue
eram tantos os cacos recolhidos
tantos cortes já trancados
fechados, agora permitidos
por teus dedos foram ali, então rasgados
fisgando o que em ti, você não viu
contemplando a face negra deste limo
fechastes a porta crendo doce encanto
oh! alma iludida sem prever
não vês que és tu a recolher
o que em ti é em mim sem dó ou pena
compaixão tão querida, desejada
palavras mudas, fecharam-se caladas
toque o toque trancado neste fim
mas olhe-se ao espelho, por favor
veja teu retrato e aquele pranto
gemidos sussurrados, tão estáticos
estagnados, gritos deste nós ... dentro ecoados
escorridos, gotejando e apenas ...
... dói no sempre ... e em Mim!!!!

(Kátia de Souza)

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